03 maio, 2012

Quando perdemos nossa inocência.

"...Me lembro que ficava vendo desenhos o dia e a noite inteira, que adorava brincar com meus bonequinhos de power ranger... Do meu primeiro dia de aula, como não queria me soltar da minha mãe... Me arrependo de nunca ter dormido na hora da soneca enquanto pude... Das balinhas que meu avô sempre me dava escondido... De ficar agachado em um canto quando ficava zangado... E de brincar de pega-pega e cantar musiquinhas que hoje em dia acho irritantes..."


Algum tempo atrás cheguei a comentar que não gosto de crianças. Isso não é exatamente verdade. O que descobri é que não gosto de ter que cuidar delas, mas em geral, as acho fofas. Claro que existem aquelas crianças "terríveis", super bagunceiras. Cheguei a conclusão de que elas são assim por que não recebem devida atenção. Meus irmãos são assim, e eu mesmo mal passo tempo com eles. Como minha mãe, e meu pai também fazem. Quem os cria é a babá, e foi a mesma coisa comigo. Mas às vezes, os pais se vêem divididos entre passar mais tempo conosco, e tentar nos dar uma melhor condição de vida. E acham que um dia, conseguindo nos presentear com tudo que queremos seremos felizes. Meu pai é assim. Às vezes gostaria que ele entendesse que amor e carinho tem um preço muito maior do que as coisas que ele gosta de me comprar para me "fazer feliz". Não vou fingir que não ligo para bem material, acho que todo mundo hoje em dia é no mínimo um pouco superficial e consumista. 

Falam que opção sexual se dá em fase de crescimento. Acho que muitas outras coisas nos definem conforme somos crianças e crescemos, são coisas que nos marcarão até os fins dos tempos. Quando vejo aquelas criancinhas chegando na escola saltitando com suas mochilas de rodinha e lancheiras, me bate uma nostalgia.

Sua inocência, e alegria constante. Capacidade fazer aquele choro falso por sua mamãe não ter lhe comprado um sorvete, ou o papai ter lhe repreendido... E logo cinco minutos depois, já estar sorrindo de novo. Mas admito também, que sinto pena delas. Me sinto mal ao ver meus irmãos menores, que não passam de três anos, sempre brincando, cantando, rindo e imaginar de algum dia irão sofrer. Sofrer por amor, saudade, ou tristeza. Crianças são tão puras, e só de imaginar que vão crescer para se decepcionarem com a vida. Terem problemas, passarem por mal períodos, chorarem... E alguns fantasiam em como era bom ser criança. Ok, eu sei que eu não tenho nem 18 anos ainda. Só que eu já me machuquei, tá bom? E acho que posso dizer que todo mundo também no processo de crescimento. 

Ainda me lembro de quando chorei pela primeira vez de verdade. Quando lagrimas desceram aos meus olhos. Quando fiquei realmente triste pela primeira vez. Era o primeiro passo para me mostrar que estava crescendo para essa bela realidade de hoje em dia? Que as coisas não ficariam bem de novo em cinco minutos? Que ninguém mais iria assoprar meus machucados ou ler histórias para mim? Vocês entendem  o que estou falando?

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